domingo, 2 de dezembro de 2012

Desejos Inconfessáveis


Abrace-me com  grande emoção
Encoste teu coração no meu coração
Quero que sintas o quanto te amo
E que nesse  gesto eu me inflamo

Beije- me sempre apaixonadamente
Explore minha boca  ardorosamente
Acaricie meu corpo com paixão
Enquanto eu perco a razão

Nossos desejos inconfessáveis
São deveras invioláveis
Queremos amor sem pudor
Nossos corpos sentem ardor

Esses momentos têm magia
E uma deliciosa  agonia
No instante da explosão
Almas entram em comunhão

AnnaLuciaGadelha



Novos Horizontes


Estou no escuro
Presa nesse muro
Tentando ver um brilho
Que me conduza a um trilho

Não quero ver  sombras
Elas são deveras estranhas
Há um caminho a galgar
Para eu me elevar

Não vou mais me sacrificar
Novos horizontes, irei conquistar
Deixei me envolver pela alienação
Necessito da minha concepção

Não vou ser mais conduzida
Tampouco uma mulher esculpida
Quero liberdade de escolher
Só assim saberei viver

AnnaLuciaGadelha

Sonhos Coloridos


As crianças devem ser amadas
Por todos nós respeitadas
No saber estimuladas
Suas atitudes analisadas

Sempre que posssível abraçá-las
Em muitos momentos beijá-las
Nunca devemos amendrontá-las
E para o bem encaminhá-las

Delas dependerá o mundo
Devem ser criadas em solo fecundo
Voemos nos seus sonhos
E seremos mais risonhos

Estimulando sempre a verdade
E gestos de plena bondade
Teremos um mundo diferente
Elas desabrocharão sapientes

AnnaLuciaGadelha

A idiota, o irmão e o tapa


A idiota, o irmão e o tapa

Os vizinhos nos criticam e se espantam
Somos idiotas e só queremos viver
A polícia nos reprime, acha nossos atos questionáveis
Somos idiotas e só queremos viver
Nossos parentes se entristecem, para eles não passamos de seres vergonhosos
Somos idiotas e só queremos viver

Recebo uma tapa na cara do meu próprio irmão
Bambeio, choro, fico sem ação
Sem minha família não sei o que fazer
Mas continuo uma idiota e só quero viver

Francisco Junior

Oi! Como vai você?


Oi! Como vai você?

Estava num estado de felicidade supremo. Nada podia me abalar. Estava saltitante, serelepe, extasiado. O sorriso em nenhum momento saia da minha face.

Foi nesse estado de júbilo que me encontrei com antigo colega de escola.

Como é de praxe nesses encontros, o supracitado me metralhou com várias perguntas.

Inicialmente, me perguntou como estava no trabalho. Respondi que nada tava fácil, que apesar de formado, ainda recebia quase como estagiário e o meu chefe era um ser desprezível.

Em seguida perguntou-me se já eu tinha um carro. Falei que tive que vender, no entanto, já estava juntando um dinheirinho pra comprar uma moto, do jeito que eu gosto e meu pai me ensinou, a vista.

Ele nem tentou disfarçar a sua repulsa.

Por último, questionou-me se eu tá tinha ido para Orlando, nos Estados Unidos. De início, não entendi o motivo da pergunta, mas depois tudo se esclareceu. Essa foi a maneira encontrada por meu ex-colega de dizer que tinha feito uma viagem para aquele lugar na semana passada.

Como eu não estava nada a fim de prolongar tal conversar, não perguntei nada.

Depois desse encontro, notei uma coisa. As pessoas sempre me faziam vários questionamentos, entretanto, nunca perguntavam se eu estava feliz.

Concluí que, para a maioria dos indivíduos, a felicidade está inteiramente interligada em ter um bom salário, um bom carro e fazer viagens maravilhosas.

Bom, apesar de não ter nada disso, me considero feliz, muito feliz.




AnnaLuciaGadelha e Francisco Junior

Reminiscência


No fundo, sinto que fui preterida
Por isso essa vondade de ser querida
A rejeição deixou imensa cicatriz
Não fui uma criança feliz

Eu não pensava em riqueza
Só queria apreciar a beleza
Mas os adultos pensavam diferente
Só me restava ser obediente

Cedo aprendi a me defender
E meus problemas resolver
Minha avó me mimou
Mas eu queria outro amor

Não foi fácil vencer a carência
Ela estava na reminiscência
Dos meus pais, tenho boas lembranças
Eles não tiveram uma vida de bonança

Quando os meus traumas superei
Eu senti que me iluminei
Hoje meu coração é cheio de  amor
E sinto que a vida tem imenso valor

AnnaLuciaGadelha

Preto e Branco



Enquanto você ver colorido, eu vejo preto e branco
Minha percepção de mundo é peculiar
Isso não faz de mim um louco
Existem coerções de todos os lados
Me mantêm preso, meus atos congelados
Por isso eu brigo, é preciso espaço para viver
Nesse mundo não tenho lugar, só me resta morrer

Obs: Inspirado no filme Rumble Fish, do Francis Ford Coppola.

http://www.youtube.com/watch?v=G9Wyo9SfA1k

Francisco Junior