sexta-feira, 28 de outubro de 2022


 

  




 Tu podes achar que sou complicada.

Será que estás certo? Não aceito imposições e

luto pelo direito de conquistar as minhas diretrizes.

Se vou alcançá-las é outra história, apenas não aceito

que queiras moldar-me as tuas chamadas convicções.

Fique com as tuas certezas que eu vou voar atrás das minhas

respostas.

Ah, as nossas perguntas diante de tudo são tão diferentes que nunca

entraríamos no mesmo ritmo da canção que se chama VIDA.



AnnaLúciaGadelha


 




Quando eu me tornar uma poetisa

Levar-te-ei para uma paradisíaca ilha

Voaremos para não deixar trilha

Amaremos sentindo a doce brisa



Quando eu me tornar uma fada

Eu te levarei para ao Parnaso

Poetizarei contemplando o ocaso

E me transformarei na lua dourada



Quando eu me tornar uma bailarina

Dançarei para te fazer muito feliz

Tu és o amor que eu sempre quis

Eu sabia que essa seria minha sina



Hei de eternizar-te na minha existência

Sou flor perfumada sempre em florescência





AnnaLuciaGadelha


segunda-feira, 24 de outubro de 2022

 


Sou moça nordestina

Sou bela como as flores

Aprendi a não ter temores

Sou mulher felina


Acordo quando o galo faz cocoricó

Mas não deixo por nada meu forró


Acham que sou braba

Que ando de peixeira afiada

Eu fico indignada

Sou menina faceira e calma


Amo tanto meu nordeste

Onde o Sol nasce primeiro

Nordestino é cavalheiro

Vem conhecer o Agreste


Acordo quando o galo faz cocoricó

Mas não deixo por nada meu forró

-

Salve a mulher nordestina!

Uma guerreira incomparável

Temos um sorriso afável

E uma verdadeira beleza feminina





AnnaLuciaGadelha













 

quinta-feira, 20 de outubro de 2022



                                                   Que saudade de ti!

Teus abraços me queimando

Tua língua me torturando

Nossos líquidos se misturando

Tuas carícias não tinham pressa

Teu olhar me devorava

Tua boca me desenhava

Sabias amar me tirando do chão

Era uma loucura nossa paixão

Quando voltarás?

Fecho os olhos e sonho contigo

Meu corpo treme

Sem ti, sou um barco sem leme




AnnaLuciaGadelha

 

Eu



                                              Eu          


Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

 

Sombra de névoa ténue e esvaecida,

 E que o destino amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

 

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

 

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!


                                           Florbela Espanca




Há nos versos acima uma tentativa, por parte do sujeito poético, de se reconhecer e se identificar encontrando o seu lugar no mundo.

Num exercício de busca constante, o eu-lírico se aproxima de definições possíveis embora abstratas. Há, porém, um tom sombrio no poema, um registro taciturno, de solidão profunda, como se o sujeito se sentisse um pária.

Os versos invocam uma atmosfera fúnebre, com um ar pesado, sentido.


 

domingo, 26 de junho de 2022

Flores Raras